quinta-feira, 13 de março de 2014

Se não sabe porque pergunta

Se não sabe porque pergunta?
É uma das "máximas" do João dos Santos. 
Ontem lá por casa houve mais um serão de "projectos", neste caso um projecto sobre as "numerações" utilizadas por várias civilizações antigas. Ao contrário de muitos projectos falhados, que redundavam em questões demasiado ambiguas, este avançou a bom ritmo. Não só ficámos a conhecer os caractéres utilizados pelos antigos egípcios e gregos, os maias os babilónios, mas ficámos a saber que utilizavam diversas "métricas" e os seus sistemas de numeração reflectiam diferentes preocupações. Ou seja "fartámo-nos" de aprender, ambos.
Mas independentemente do tema, houve algo que marcou uma diferença face às tentativas anteriores de "projectos" que versavam sobre temas como "A terra", "os Homens das cavernas", "a história do universo" etc... desta vez o tema não era novo, tinha sido preparado e era conhecido, o que permitiu fazer perguntas, condição fundamental para qualquer projecto. 
Parece coisa menor, mas foi a mais importante aprendizagem do serão de ontem: as respostas pouco importam, porque na sua esmagadora maioria já existem e só é necessário saber onde e como procurá-las.
O mais importante, o mais difícil, é saber fazer as perguntas. 
Alguém vá lá explicar isto ao Ministério da Educação e em particular ao Sr. Crato!

segunda-feira, 3 de março de 2014

Um sitio só para adultos tristes

A morte nunca é um assunto fácil de abordar com os miúdos. A nossa racionalidade e o nosso coração não são suficientes para explicar as razões e as emoções que estão envoltas num novelo escuro que faz doer, e as explicações acabam por ser dadas pelo decurso da vida, e da morte. É inevitável. E não parece existir forma de nos preparar para lidar com a morte, não há duas mortes iguais porque não duas pessoas iguais.

Perante a morte de um amigo próximo, além da dor existem os rituais que a nossa sociedade impõe e dos quais nós, lá em casa, optamos por ir reservando as crianças. Este domingo houve um desses momentos, um funeral a que a mãe iria, ficando eu em casa com as crianças.

O mais novo, que já na véspera se apercebera de movimentações pouco usuais na rotina doméstica, e provavelmente de conversas pretensamente discretas em torno do assunto, que ele na sua sabedoria de 4 anos não questionou nem se intrometeu. Mas a questão ficou lá a remoer e quis saber mais. 
Vendo a mãe a preparar-se para sair sozinha a um domingo de manhã, algo inusual, perguntou o que já sabia, validando as suas suposições e aproveitando para testar um adulto em áreas em que sabe serem frágeis.

Mãe, onde vais?
A um sítio só para adultos.
E quando eu for adulto também posso ir?
Podes, quando fores adulto podes.

Ah.... Mas acho que não vou querer, porque esse sitio é só para adultos tristes.